É um conjunto ou série de documentos, seja qual for seu formato e suporte – físico ou digital – gerado e publicados por um produtor, ou, um autor de conteúdos num período de tempo e que precisam ser acessados para atendimento de demandas informacionais, tanto do público interno como externo. Tal documentação atrela-se ao atendimento de demandas administrativas e institucionais, e/o outras demandas sociais, públicas ou privadas e é, orgânica e relacionalmente reunida, no decurso do desempenho de uma atividade ou função.
Na ótica dos Arquivos, tal documentação, pode ser custodiada por uma pessoa, uma instituição – seja qual for a esfera. Se a documentação estiver sem custódia por inação, descuido, e, tendo ela vocação para servir de patrimônio documental, e sob o olhar atento do controle social e todos os atores que integram o fazer e o saber arquivístico, histórico, cultural e memorial, ela deverá ser encaminhada ao Arquivo mais próximo para receber tratamento arquivístico adequado.
Um Arquivo que se auto-valorize, tem em algum lugar de destaque, emoldurado e bem visível ao público, a DUA: DECLARAÇÃO UNIVERSAL SOBRE OS ARQUIVOS (ICA – VERSÃO OFICIAL BILÍNGUE BRASIL-PORTUGAL)
O profissional Arquivista, Arquivólogo, Arquivologista, como preferirem, é aquele que cataliza proativamente com a criação e implantação de uma política de arquivos, garante que um Arquivo tenha uma organização adequada e em linha tanto com a teoria, a técnica, como as melhores práticas de Gestão Documental, assim como a elaboração de diagnóstico, planos de classificação, tabela de temporalidade, quadro de arranjo e instrumentos de pesquisa.

Novo prédio do Arquivo Público de São Paulo, projetado dentro das normas e recomendações do Arquivo Nacional
Nos arquivos a informação orgânica, social e cidadã tem vocação para ser arquivística na proporção em que passa pelo processo de analise documental de um profissional Arquivista, obedecendo a critérios delineados por uma política de arquivos clara, e alguns critérios gerais, como: frequência de uso ou acesso, atender as necessidades da administração, atender as demandas cidadãs de acesso, servir ao processo de construção da memória, colaborar com a interpretação social, representar vetores de identidades históricas, culturais, justificando sua preservação como patrimônio documental.
Importa ainda respeitar a teoria das três idades, a legislação, a temporalidade e outros critérios, objetivos e claros, delineados por uma política pública de arquivos e sob o crivo da Comissão de Avaliação Documental. O resultado final do processo de avaliação é o descarte de tudo aquilo que não se enquadre nos requisitos elencados acima.
Os Arquivos Históricos, e/ou Arquivos Permanentes, exigem um quadro de Arquivistas bem dimensionado para produzirem instrumentos de pesquisas adequados, inseridos no processo de Descrição Arquivística que facilitem o acesso e difusão da informação do acervo ao público em geral, pesquisadores, jornalistas e historiadores.
O sentido de existir de um arquivo é preservar bem, ser um facilitador e assegurar o direito cidadão de acesso à informação, social ou orgânica, sem empecilhos, e no tempo em que ele precisar e em obediência aos prazos legais de preservação dos documentos. Ressalvados os casos de sigilo que a lei determina. Sendo louvável que operacionalize opções modernas de acesso, tais como a digitalização, atendimento via e-mail, e a criação e atualização de um site, blog, página no Facebook, twitter, etc., com o objetivo de diversificar as formas de acesso e ampliar a difusão do acervo.
Caro Jackson Guterres, sem dúvida uma proposta de upgrade conceitual para “Arquivo” moderno e atualizado, na medida das palavras que expressam a contextualização para o conjunto de massas documentais acumuladas em variados suportes. Parabéns ao “Arquivista Social” pela iniciativa e pelo contexto desenvolvido, tomarei como referência nos meus estudos e disseminarei o upgrade conceitual.
É isso aí Marlisson, faço das suas palavras as minhas!!
Prezado Jackson, está na veia dos arquivos a questão social. Remonta à Antiguidade, às urbes, tudo que ocorre na sociedade, seja em que época for, é registrado, e isso, de forma cumulativa, gera os arquivos, organizados ou não, eles existem. Cabe ao profissional lutar arduamente para que esse legado esteja o mais preservado possível e organizado, para atender às demandas sociais que são muitas. Os arquivos não são lugares só de memória, são, sobretudo, de informação. O país, as organizações, os historiadores, os cidadãos precisam de informação. Estamos com você nessa jornada. A bandeira da Arquivística Social é muito válida, oportuna e, eu diria mais, é premente. Parabéns pela iniciativa!